sábado, 26 de janeiro de 2019

Quinze verdades sobre BLACK HEART 🖤



1. A ideia de escrever esta história surgiu aos poucos por um motivo real: explicar a alguém que a vida pode ser maravilhosa, mesmo quando a morte parece ser a única saída. Escrevi para um suicida que enquanto lia me disse várias vezes: “o tempo em que estou a ler BH é o tempo em que não me corto”. Para ele, escrevi esta história.

2.  BH não é a primeira história que escrevi, mas abandonei uma outra para me dedicar de corpo e alma. Escrevi quatro volumes num ano.

3. Quinze é um número perfeito. A simbologia remete para a área da psicologia comportamental, uma das técnicas de autocontrole nos casos de automutilação é contar até quinze. Fiz deste número, o número da história. Por essa razão, são quinze capítulos, quinze rosas, quinze carros, quinze mulheres… E será publicado quinze meses depois da decisão de publicar.

4.  O primeiro nome que escolhi foi o do Matt. Sou pouco criativa em relação a nomes, porém sou viciada em séries criminais. Matthew é o nome real da personagem que eu mais gosto de Mentes Criminosas. Decidi que o nome da protagonista também teria que ter duas consoantes repetidas: Anna. Talvez a leitura de Anna Karenina e de Nothing Hill também me tenham influenciado. A origem dos nomes começou por associação. Nunca ponderei em momento algum mudar. Anna Hardy – porque Thomas Hardy é um dos meus escritores preferidos – e Matthew Cooper – porque o Bradley Cooper é dos meus atores prediletos.

5. A escolha do título não foi fácil. Precisaria de reviver os primeiros cinco meses em que escrevi esta história para explicar o quão sufocante foi encontrar um título que se adequasse. Quando o escolhi, tive a certeza de que era o tal.

6. Reescrevi quatro vezes o primeiro volume. Para memória futura, guardei todas as versões. A única coisa que se manteve igual entre a primeira versão e a final são os nomes. Quando eu escolho os nomes das minhas personagens é para sempre.

7.  Na verdade, a minha primeira tentativa de escrita foi na visão do Matt. Abandonei-a para escrever a da Anna e escrevi toda a história na versão dela. Estou neste momento a escrever a versão do Matt: uma visão completamente diferente, muito mais cruel, dolorosa e fria. Não sei se todas as pessoas que lerem a versão da Anna serão corajosas para ler a versão do Matt – eu própria, no interregno de quase um ano, fui adiando esta verdade. A pedido de alguns amigos próximos, tomei a decisão de escrever pelo menos o primeiro volume.

8. Suicídio. Uma palavra que assusta até os mais fortes. Ouvi muitas vezes que não ia conseguir misturar romance com este tema. Fui com medo. Este é um dos maiores problemas de saúde mental. A OMS receia que em 2020 se atinja um milhão e meio de mortes por suicídio. É a segunda causa de morte entre jovens. É preciso fazer alguma coisa: prevenir, recuperar, tratar. Tenho esperança – talvez fé, também – que esta história chegue a todos os corações pretos que querem acabar com a sua própria vida.

9. Anna Hardy foi a personagem mais fácil que já desenhei até hoje. Ela é quase perfeita e simboliza todas as pessoas que continuam lado a lado com os suicidas, que não desistem, que não deixam de amar ainda e apesar de tudo.

10. Matthew Cooper é a personagem mais difícil que já construí. Ele é mentalmente muito complexo, arrojado e demasiado inteligente para que algum dia consiga defini-lo na totalidade. Ele é tão frio como quente. Tudo o que ele faz, tudo o que ele imagina… é por amor: primeiro à família, depois à Anna. Lá no fundo, ele é um coração preto muito altruísta.

11. A ideia inicial era só escrever um volume, mas a paixão pela história de amor de Anna e Matt mostrou-me que não valia a pena contrariar a certeza de que o amor não é um antídoto, mas um remédio. O que significa que um suicida não se “cura” por se apaixonar. É preciso continuar a batalhar, muitas vezes durante anos. É por isso que a história é longa. Acreditar que um suicida se cura por encontrar o amor é mais uma das ideias erradas em torno deste tema.

12.  As rosas brancas são um símbolo do amor entre estas personagens – a capa de BH abre o véu para um desfecho calculável. Não haverá um único lugar onde ele a leve onde não haja rosas. Ela é a própria rosa desta história 🖤

13. Quando eu comecei, eu dizia que dedicaria o meu ainda-não-livro a todas as pessoas que me tinham dito até já e nunca mais voltaram. Afinal, Black Heart é mais especial do que isso. Black Heart é uma homenagem à força dos amores sem tempo, às relações difíceis e é de todos aqueles que se arriscarem a sonhar com eles.  Está dedicado à minha avó, porque sei que onde ela está certamente assiste ao quão longe pude ir na escrita.

14.  Escrevi sempre a ouvir música e se pudesse escolher uma – e apenas uma – melodia para acompanhar a leitura, de certeza que escolheria “Photograph” (versão dos Boyce Avenue com a Bia Miller).

15. Tenho um momento preferido deste primeiro volume que vem acompanhado com a frase “o teu corpo é o único lugar do mundo onde não penso em morrer”.

1 comentário:

  1. 15 verdades maravilhosas de uma história incrível. ♡♡

    ResponderEliminar

Diga-me o que pensa, aquilo que quiser.

Doce memória, eterno amor